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Lançamento do Índice Global de Diabetes Tipo 1 traz dados inéditos e alarmantes para o Brasil
Resultados de um estudo feito pela JDRF International, em parceria com a ADJ Diabetes Brasil, mostram que o número esperado de pessoas com a doença será de 17,43 milhões em 2040
São Paulo, 21 de setembro de 2022 – A ADJ Diabetes Brasil, em parceria com a entidade global JDRF International, e o apoio de pesquisadores, entidades filiadas às Federação Internacional de Diabetes (IDF) e o Fórum Intersetorial para Combate às DCNTs no Brasil (FórumDCNTs), anuncia o lançamento global do Índice de Diabetes Tipo 1 (T1D Index), uma ferramenta de simulação de dados inédita que mede o impacto da crise do diabetes tipo 1 (DM1) na saúde pública humana em todos os países do mundo.
Essa é uma condição autoimune e uma das condições crônicas de saúde de mais rápido crescimento, afetando quase 9 milhões de pessoas em todo o mundo. Alguns fatores, como o histórico familiar, podem aumentar o risco, mas a causa não tem a ver com a dieta ou o estilo de vida. O diabetes tipo 1 faz com que o pâncreas produza muito pouca ou nenhuma insulina, ou seja, o corpo humano não consegue converter alimentos em energia, podendo levar a complicações em longo prazo como, por exemplo, danos aos rins, olhos, nervos, coração e até à morte prematura. A pessoa com DM1 necessita da aplicação de insulina e medição da glicose sanguínea diversas vezes ao dia, acompanhamento médico especializado e educação para autocuidados em saúde durante toda a vida.
“Os resultados alarmantes mostram que ainda há muito o que fazer e que precisamos engajar os diferentes setores, a sociedade e as autoridades para rapidamente mudar essa situação”, conta o especialista em educação em diabetes, coordenador do FórumDCNTs e vice-presidente da IDF, Dr. Mark Barone.
O Índice ainda mostra o impacto do DM1 intimamente associado à falta de acesso ao tratamento de qualidade. Na seção “pessoas desaparecidas”, aparece o número de pessoas que ainda estariam vivas hoje se tivessem recebido os cuidados que precisavam. Em “anos saudáveis perdidos”, é apresentado o tempo total consumido por complicações e morte precoce por diabetes tipo 1, em média para uma pessoa diagnosticada aos 10 anos de idade. Além disso, a pesquisa estima que globalmente, em 2022, haja mais de 3,86 milhões de “pessoas desaparecidas” e uma média de 32 “anos saudáveis perdidos” por conta do DM1, por pessoa.
“É fundamental que todos tirem um momento para ver esse índice, porque os responsáveis pela pesquisa estão preocupados com o Brasil, já que, apesar dos grandes avanços em saúde pública que tivemos, ainda há barreiras para o acesso aos tratamentos de qualidade no país”, conclui o especialista. Outros estudos epidemiológicos apontam que o Brasil ocupa o 3º lugar no mundo no número de pessoas com diabetes tipo 1, com idades entre 0 e 19 anos. Pesquisadores nacionais também têm alertado que a situação é muito preocupante, com 31% da população na faixa etária de 13 a 19 anos apresentando uma ou mais complicações associadas ao DM1 e, com isso, os custos do tratamento podem se elevar em até 29 vezes.
Estatísticas da pesquisa mostram que o número esperado de pessoas com DM1 no mundo, em 2040, será de 17,43 milhões. No Brasil esse número já ultrapassa 588 mil e chagará a 1,8 milhão de pessoas em 2040. Somando o número atual de “pessoas perdidas” (235 mil), teríamos hoje mais de 820 mil indivíduos com DM1 no país. Pessoas diagnosticadas no Brasil aos 10 anos de idade têm em média 33,2 anos saudáveis perdidos para o DM1. Desses, 5,7 anos são atribuídos às complicações e 25,4 à morte prematura. Outro resultado que chama a atenção é o de que 1 em cada 9 pessoas morrem por não receber o diagnóstico correto no país. Apesar desses dados preocupantes, os autores calcularam também o impacto positivo de melhorias que podem ser implementadas prontamente, como o ganho de 6,7 anos saudáveis de vida por pessoa, se todos tiverem acesso a tiras de glicemia, insulina e educação em diabetes.
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